quinta-feira, 8 de junho de 2017

Florença.

I

21 anos depois reencontrámos o Mamma Gina. Igual. Os mesmos empregados, a mesma decoração, a mesma comida boa.


Gostei de voltar. Para nós, foi um sítio especial no passado. Tal como toda a cidade. Já nem me lembrava da imponência dos monumentos, da beleza. De como ficamos esmagados quando nos aproximamos do Duomo ou entramos na Piazza della Signoria e vemos o Palazzo Vecchio. 

Amanhã tenho que conseguir rever o David original. Se o excesso de turistas deixar. Ah, o fim do dia no Arno...

30 de Maio de 2017






II

De manhã, mas não de madrugada, a fila para a bigleteria da Galeria della Accademia era compacta e dava a volta ao quarteirão... a fila para entrar era muito maior debaixo dum sol já implacável. 

Claro que seguimos caminho deixando para depois (quando?) a visualização do corpo de David magnificamente esculpido por Miguel Ângelo. O mercado central desiludiu mas deixamos escolhidos para amanhã tomate seco e sal rosa que tentaremos levar na mala no regresso. Procrastinação. 

Enquanto bebia outro café - o que gosto destes cafés - tracei no mapa um plano. Ir até Santa Croce, almoçar perto, atravessar a Ponte alle Grazie, subindo depois até ao Forte di Belvedere e descer pelo Palazzo Pitti. 

Assim foi mas não sem sofrimento. Os grupos imensos de turistas asiáticos são uma praga a que se juntam os outros milhares como nós. 

A cidade nos sítios mais visitados está muito suja. Só se consegue entrar nas igrejas menos conhecidas. Vimos uma manifestação por causa do excesso de turistas no centro histórico (ai, Lisboa).

Cumprimos o plano, embora atravessando na Ponte San Niccolo, mais longe. Não foi fácil subir até ao forte debaixo do calor intenso apesar dos chapéus e das garrafas de água.
 Quando lá chegamos, o forte estava fechado ao público. Restou-nos descer pelo Giardino di Boboli até à Piazza Pitti. A pagar, claro. Valeu o preço. 

Regressamos a casa - sim, estamos numa 'home in palace' - com as solas a doer...
Lindíssimo o interior da Basílica della Anunziata que fica na esquina da nossa rua.

                                                                                                         31 de Maio de 2017














III

Finalmente, o David original. Miguel Ângelo criou-o entre 1502 e 1504. Passaram mais de quinhentos anos. É impressionante de perfeição nos seus cinco metros de altura. 

Admiro tanto os criadores do Renascimento. O que seria de nós sem a arte? 

Não foi fácil chegar a David. Havia mesmo muito gente com o mesmo objectivo...
Última tentativa pelas cinco da tarde. Fila de apenas 40 minutos. Volto de barriga cheia, em todos os sentidos.


A propósito da perfeição do corpo de David, constato que os italianos, pelo menos nesta zona da Toscânia, se mantém magros e elegantes. A moda são calças muito estreitinhas em baixo, meio palmo de tornozelo à vista, sem meias, claro, e com sapatos de camurça.

São bonitos os homens de meia idade porque os mais jovens já se estragaram com a mania das tatuagens. 
Que seria de David se em vez de uma pele branca e macia, como a pedra transmite, tivesse os braços e as pernas cheios de desenhos escuros? E barba? 

Por falar em homens bonitos, há bocado vimos um tipo ser preso na rua com grande aparato policial. Vieram vários polícias, todos novos e de grande caparro, que o tal homem não se deixava prender e a coisa foi complexa. Constatei como eram bonitos apesar de não falharem as tatuagens. 


As nossas forças policiais também melhoraram mas ainda lhes falta uns 40cm na altura e o bronzeado permanente, ma non tropo.

                                                                                                          1 de Junho de 2017


Sem comentários:

Enviar um comentário