segunda-feira, 1 de maio de 2017

1 de Maio.

Fomos dar uma volta por Lisboa, sem destino certo, aproveitando a temperatura mais fresca. 
Apanhámos o eléctrico em Belém e saímos na Praça da Figueira. 

No Martim Moniz, juntavam-se pessoas para a manifestação da CGTP, poucas demais quase na hora do início. Representam cada vez menos trabalhadores, os sindicatos. Já em casa, ouvi na rádio que tanto em Lisboa, na CGTP, como em Viana, na UGT, participaram poucas centenas de pessoas. Quem defendem? A função pública e os transportes? Para que servem actualmente? Talvez por ter trabalhado sempre no privado, nunca senti que defendessem os seus trabalhadores. Seriam já colaboradores?

Que propostas têm para a situação actual do trabalho? Para a falta de pagamento digno? Não os vejo discutir o futuro do trabalho, a robotização, como evitar as novas formas de exploração que florescem por todo o lado? Como educar e ajudar os jovens que trabalham, em startups, no turismo, nos tuck tuck, a serem devidamente remunerados, a terem direito ao descanso, por exemplo? 



No Largo do Intendente, cheio de gente nas esplanadas, um grupo de defesa dos precários organizava cartazes de protesto. O meu grupo.

Lisboa com as ruas cheias, nas principais e nas outras. A Almirante Reis na zona do Intendente está uma autêntica China Town. 


Subi a Campo Santana. Está tudo mais bonito, casas recuperadas, outras não, gente nova, portuguesa e de fora. Talvez demais mas há alegria e movimento. Os nossos velhos que saem para apanhar sol, os que ainda moram por ali. Fiquei mais tranquila, ainda há bastantes. Os outros, são orientais. Comprei água num mini mercado de uma senhora indiana. O comércio local está de volta e em força.

Passear pelo Jardim do Torel é sentir o lazer romântico do século XIX. Olhar e olhar o casario de Lisboa sem apetecer sair dali. Tão bom, tão bonito, como podem os estrangeiros não se apaixonar por esta cidade? 


O mundo parecia suspenso ao sol. Regressamos, sempre a descer até à Baixa, para apanhar de novo o eléctrico para casa, de novo na Praça da Figueira, turbulenta de gentes.







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