terça-feira, 7 de março de 2017

Tio João.



Há dias, tive oportunidade de rever um programa de 1994 na RTP Memória com o meu tio João, irmão da minha mãe. Tratava-se de um programa de entrevista de Nicolau Breyner chamado "Com peso e medida" cujo link não consegui encontrar no site da RTP. 

Na altura nem devo ter dado pelo programa. Todos estavam vivos e em pleno nas suas actividades. 

Vinte e três anos, mais de duas décadas, fazem muita diferença... quer o meu tio quer os seus grandes amigos presentes no programa já morreram. Raul Solnado, Fialho Gouveia, Fernando Lopes, Aquilino Ribeiro Machado, Nicolau Breyner. Todos fizeram parte da aventura que foi o começo da televisão em Portugal. Quase todos tive o privilégio de conhecer através do meu tio.

Nesta entrevista de vida, pude confirmar como o meu tio (João Soares Louro) era um profundo conhecedor do tema televisão e tinha ideias originais, pensamento próprio, na altura controverso, e que se veio a confirmar certo.

Senti um grande orgulho nele por isso e pela sua humildade, coragem, rigor e honradez, valores que andam arredados da maior parte das pessoas em situações de responsabilidade. 

A certa altura da vida, estivemos mais próximos profissionalmente e era uma pessoa com quem sempre aprendia algo. Muito exigente. 

Gosto de pessoas com quem se aprende. Como gostava de poder voltar a conversar com ele... é isto a saudade dos que já nos deixaram e amávamos, esta impossibilidade de voltar ao contacto que dói.

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